sábado, 30 de maio de 2015

Classes dos Platelmintos

Classe Turbellaria

Reprodução assexuada por fissão transversal.   
São animais de vida livre, possuem cílios para locomoção e um aspecto foliáceo. Um exemplo de representante desta classe é a planária.
São hermafroditas e fazem fecundação cruzada, a autofecundação é rara. Os dois indivíduos que estão acasalando ficam unidos pelos poros genitais. Cada um introduz o pênis na abertura genital do outro, trocam espermatozóides e se separam. Vários óvulos são fecundados e lançados para o exterior pelo poro genital. Os zigotos possuem uma cápsula protetora e vão eclodir planárias jovens, evidenciando um desenvolvimento direto.
As planárias possuem um grande poder de regeneração, e se reproduzem assexuadamente por fissão transversal. Se cortarmos uma planária em vários pedaços, cada um irá ser regenerar e dar origem a um novo 
indivíduo.


Classe Trematoda

São endo ou ectoparasitas. Possuem ventosas para fixação, uma na região oral, outra ventral. Possuem cutícula protetora na epiderme e não possuem cílios. São hermafroditas, mas o S. mansoni é dioico. A fêmea vive numa cavidade do macho chamada canal ginecóforo. Fazem fecundação cruzada e interna. Como representante hermafrodita temos a Fasciola hepatica, que parasita o fígado de carneiros e eventualmente o ser humano. 




ESQUISTOSSOMOSE


Infecção causada por verme parasita da classe Trematoda. Ocorre em diversas partes do mundo de forma não controlada (endêmica). Nestes locais o número de pessoas com esta parasitose se mantém mais ou menos constante.

Os parasitas desta classe são cinco, e variam como agente causador da infecção conforme a região do mundo. No nosso país a esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O principal hospedeiro e reservatório do parasita é o homem, sendo a partir de suas excretas (fezes e urina) que os ovos são disseminados na natureza.
Possui ainda um hospedeiro intermediário que são os caramujos, caracóis ou lesmas, onde os ovos passam a forma larvária (cercária). Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele causando uma inflamação da mesma.
Já no homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.
Modo de adquirição: Os ovos eliminados pela urina e fezes dos homens contaminados evoluem para larvas na água, estas se alojam e desenvolvem em caramujos. Estes últimos liberam a larva adulta, que ao permanecer na água contaminam o homem. No sistema venoso humano os parasitas se desenvolvem até atingir de 1 a 2 cm de comprimento, se reproduzem e eliminam ovos. O desenvolvimento do parasita no homem leva aproximadamente 6 semanas (período de incubação), quando atinge a forma adulta e reprodutora já no seu habitat final, o sistema venoso. A liberação de ovos pelo homem pode permanecer por muitos anos.
Esquema do ciclo reprodutivo do Schistosoma Mansoni
Sinais e sintomas: 
- Reação alérgica na pele no momento da contaminação, com coceira e vermelhidão
- Febre e calafrios
- Dor de cabeça e dores abdominais
- Inapetência
- Náuseas e vômito
- Tosse seca
- Aumento do baço e fígado
- Outros sintomas decorrentes da obstrução das veias do baço e do fígado

Tratamento: O tratamento de escolha com antiparasitários, substâncias químicas que são tóxicas ao parasita. Isto é suficiente para eliminar o parasita, o que elimina também a disseminação dos ovos no meio ambiente. Naqueles casos de doença crônica as complicações requerem tratamento específico.
Medidas de prevenção: 
- Não andar nas proximidades nem nadar nas chamadas "lagoas de coceiras", áreas contaminadas
- Adotar medidas de saneamento básico
- Controlar a população de caramujos planorbídeos, hospedeiros intermediários no ciclo do esquistossomo, sem o qual este não se completa
- Tratamento dos doentes

Classe Cestoda
Taenia solium
São endoparasitas de corpo alongado, representados pelas tênias. Não possuem cílios, o corpo é metamerizado e não possuem tubo digestivo, alimentando-se por difusão dos nutrientes pré-digeridos pelo hospedeiro. O principal representante desta classe é a tênia.

As tênias podem atingir até 8 metros de comprimento. O corpo delas é dividido em três partes: Cabeça ou escólex, que possui ventosas para a fixação no hospedeiro.  Logo após o escólex, ocorre a estrobilação, processo responsável pelo crescimento destes organismos, na estrobilação, vão sendo formados diversos gomos, denominado
s proglótides, estruturas que possuem sistemas reprodutores feminino e masculino, ou seja, são hermafroditas. Após a fecundação as proglótides cheias de ovos se desprendem e são eliminadas com as fezes.

TENÍASE
A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias, (Taenia solium, do porco e Taenia saginata, do boi). Muitas vezes, o paciente nem sabe que convive com o parasita em seu intestino delgado.
As tênias também são chamadas de "solitárias", porque, na maioria dos caso, o portador traz apenas um verme adulto.
O homem portador da verminose apresenta a tênia no estado adulto de seu intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo. Tratando-se da Taenia solium, o hospedeiro intermediário é o porco, já quanto à Taenia saginata, o hospedeiro intermediário é o boi. Dentro do intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos e, por meio de seus ganchos, perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sanguínea, alcançam os músculos e o fígado, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que apresentam o escólex invaginado numa vesícula. 
Quando o homem se alimenta de carne crua ou mal cozida contendo estes cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando o escólex que se everte e fixa-se nas paredes intestinais através dos ganchos e ventosas. 
O homem com tais características desenvolve a teníase, isto é, está com o helminte no estado adulto, e é o seu hospedeiro definitivo. 
Os cisticercos apresentam-se semelhantes a pérolas esbranquiçadas, com diâmetros variáveis, normalmente do tamanho de uma ervilha. Na linguagem popular, são chamados de "pipoquinhas" ou "canjiquinhas".

Ciclo da teníase

Sintomas: 
- Dores de cabeça e abdominais
- Perda de peso 
- Alterações do apetite e enjoos 
- Perturbações nervosas 
- Irritação 
- Fadiga e insônia.

Prevenção e Tratamento: A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados (linguiça, salame, chouriço,etc.), os cisticercos são visíveis a olho nu como pequenas estruturas amarelas-esbranquiçadas em meio às fibras da carne.

Em relação ao tratamento, este consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas, como diclorofeno, mebendazol, etc.  O chá de sementes de abóbora é muito usado e indicado até hoje por muitos médicos, especialmente para crianças e gestantes.

CISTICERCOSE
A Taenia solium pode provocar no ser humano a cisticercose. Ela é contraída quando uma pessoa ingere os ovos desse parasita, passando a atuar como hospedeira intermediária do verme. Os cisticercos são formados no corpo humano em vários tecidos, podendo alojar-se nos olhos, no cérebro e no coração. 
Os sintomas desta doença podem ocorrer meses ou até mesmo anos depois de ter consumido tais alimentos. Dentre eles podemos citar: dores de cabeça frequentes, convulsões, transtornos de visão, alterações psiquátricas, vômitos, infecções na coluna, demência e perda da consciência. A maioria das pessoas com cisticercose nos músculos não apresenta sintomas.
O diagnóstico desta infecção em diversos casos resulta difícil e pode requerer vários tipos de testes. Para identificar lesões são necessárias radiografias, tomografias computadorizadas, provas sorológicas, biópsia da área afetada, por exemplo. Mesmo não sendo muito precisos os exames de sangue também podem ser solicitados.

Para o tratamento são usados medicamentos antiparasitários, comumente combinados com anti-inflamatórios. Em alguns casos, é necessário extirpar a área infectada através de um procedimento cirúrgico. A cisticercose pode causar diminuição da visão e até mesmo cegueira em alguns casos. Pode provocar dores abdominais, anorexia, insuficiência cardíaca, ritmo cardíaco anormal, convulsões, aumento da pressão intracerebral e morte. Não são todos os casos de cisticercose que podem ser tratados. Quando não existem lesões cardíacas, dano cerebral ou cegueira, normalmente é possível tratar o paciente.

A seguir, uma vídeo-aula produzida por nossa equipe com um resumo sobre as características gerais dos platelmintos, suas classes e doenças causadas.


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